16 de abril de 2012

Um shimpaku e suas lições

          Sabe quando você olha uma planta e pensa: Que sorte, uma planta já pronta, vai ser fácil!!
          Então, com essa foi bem assim, olhei e vi uma planta com potencial legal para um shohin, e algo à altura de um iniciante. Mas não foi bem assim que aconteceu. Conforme fui fazendo a poda de limpeza e seleção de ramos, fui percebendo que não seria assim tão fácil. 
          Após retirar ramos cruzados, no mesmo ponto, secos, grossos e muito fortes percebi um movimento de tronco peculiar, tive que pensar muito, e depois pensar de novo em uma forma a seguir com o futuro bonsai para não ficar algo grotesco ou artificial e parecer minimamente credível.
          Bom, vamos às fotos e ver como a planta foi se modificando, e com elas vou passando mais algumas informações!!
          Na primeira foto, alguns minutos antes da limpeza, podemos ver o que parecia ser uma estrutura fácil de se conduzir, mas após as podas, na segunda foto o que vemos é algo muito artificial, um movimento de tronco com uma curva muito acentuada no meio do tronco, o que dificulta a escolha do estilo, pois o 1º terço do tronco é reto e o topo também cresce reto na diagonal, ou seja, que caminho, que estilo seguir com a planta?!?!
          A cima a planta hoje, antes da estilização. Pensei bastante e busquei na internet imagens que pudessem me inspirar, foi quando achei esse bonsai abaixo, que assim como o meu, possui uma curvatura de tronco muito peculiar e que exigiu um estudo mais detalhado para criar algo o mais natural possível, segue a foto:
Fonte imagem: http://www.sidiao.com/2007_e.htm
          E a partir da imagem a cima, tive mais um aprendizado - nunca subestime uma planta, assim como nunca busque formas pré concebidas, siga o coração, perceba a essência da planta e busque o que combina com ela, tente vislumbrar como ela seria em um futuro distante na natureza. 
         Assim o fiz, e cheguei a um resultado compatível com a planta, sem alterar sua história e que acredito que anos a frente, ela seria assim na natureza. Gostei bastante do resultado. 
         São com os maiores desafios que vem as maiores satisfações...
         Confiram!!!
        E para conferir aspecto mais selvagem à árvore, comecei um shari como se um raio tivesse acertado a planta e aberto seu tronco ao meio quase a dividindo. Aos poucos vou refinar a brotação assim como as madeiras expostas no jin e shari.
          Essa foi uma planta que mesmo simples aos olhos dos grandes mestres me trouxe bastante conhecimento e técnica. 

Abraços a todos,
Leonardo Couto

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